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Notícia: Diagnóstico Autístico

Desde os primeiros estudos sobre o autismo até os dias atuais, algumas modificações se processaram sobre a síndrome, gerando a necessidade de novos olhares na tentativa de romper com alguns paradigmas e oferecer possibilidades interventivas mais próximas das demandas desses sujeitos e suas famílias.

Entre essas modificações estão a ampliação do espectro autista e diagnósticos elaborados exclusivamente a partir de comportamentos observáveis, que tendem a contribuir para o aumento das estatísticas (ALBERTI, 1999) e do número de crianças encaminhadas para tratamento, sendo submetidas a intervenções que não necessariamente correspondem as suas expectativas.

Essas crianças e suas famílias buscam o auxilio terapêutico nos contextos escolares, clínicos e em instituições, gerando a urgência de se discutir as possibilidades de cuidado que possam amenizar o sofrimento destes sujeitos. Apesar de não existir no Brasil números oficiais sobre o autismo, as instâncias governamentais respondem a essa mobilização, através de políticas públicas direcionadas ao mesmo.

Já se encontra em discussão um anteprojeto que visa a criação de um cadastro nacional de crianças autistas, a capacitação de profissionais e especialização da rede de saúde para lidarem especificamente com o mesmo (BRASIL, 2010). De forma prática o governo já disponibilizou uma versão preliminar da cartilha que apresenta determinados comportamentos que auxiliaria os profissionais a identificarem crianças autistas (BRASIL, 2013).

A importância do diagnóstico precoce é consenso entre os profissionais de saúde por possibilitar uma intervenção mais eficaz, no entanto é prioritária uma postura ética em não diagnosticar de forma precipitada, pois em alguns casos a trajetória clínica dessas crianças, a partir de uma perspectiva exclusivamente fisiológica, é pautada pelo rótulo diagnóstico e pelo estigma referente ao uso de determinada classe de medicações, geralmente, consequência de uma correlação entre “sintoma” e fármaco.

A psicanálise entende o diagnóstico como indicador de uma intervenção que será construída em parceria com o autista, se posicionando contrária a práticas que busquem exclusivamente a adaptação do sujeito ao mundo, ao mesmo tempo em que reconhece a importância de uma terapêutica multidisciplinar, onde vários saberes podem contribuir para que o autista construa o seu saber.


Referências:
ALBERTI, Sonia. Autismo e Esquizofrenia na Clínica da Esquize. Rio de Janeiro: Marca d’Água Livraria e Editora,1999, p. 7-11.
Diagnóstico precoce é instrumento eficaz no tratamento do autismo, 2010. Disponível em: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2010/11/23/diagnostico-precoce-e-instrumento-eficaz-no-tratamento-do-autismo - Acesso em 05 de Outubro de 2013.
Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), 2013. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/dir_tea.pdf - Acesso em 05 de Outubro de 2013.

Valéria de Souza Pereira Frota
Psicóloga – CRP04/37921
Valeriafrota@yahoo.com.br